A Cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira da Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM está a desenvolver um trabalho tendente à produção do Dicionário do Português de Moçambique (DiPoMo), um instrumento importante para a criação de recursos didáticos adequados no País.
O projecto de elaboração do DiPoMo, foi lançado esta quarta-feira, 04/05/2022, no Campus da UEM, durante o colóquio “A Codificação do Português de Moçambique” - integrado nas actividades comemorativas do Dia Mundial da Língua Portuguesa.
O Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano, Prof. Doutor Manuel Bazo, que participou do evento, defendeu que o projecto do Dicionário do Português de Moçambique vai permitir o uso de recursos didáticos ajustados às diferentes realidades do ensino e aprendizagem moçambicano, garantido deste modo a preparação de adolescentes e jovens para uma vida responsável.
“Um ensino plausível deve acomodar e potenciar todas as experiências linguísticas e culturais dos alunos e promover uma comunicação biunívoca e efectiva, pois o contexto de aprendizado deve ser um espaço em que o professor se assume como facilitador, dando espaço para o aluno captar e reflectir sobre aspectos da família e comunidade em que a escola está inserida”, assegurou.
Por sua vez, a Vice-Reitora Académica da UEM, Prof. Doutora Amália Uamusse, afirmou que o dicionário é também instrumento de cidadania ao reconhecer as formas características do português local. “Pode contribuir para que a UEM seja uma universidade de referência nacional, regional e internacional, na produção e disseminação do conhecimento científico e inovação, ao alargar o leque de dicionários em língua portuguesa”, referiu.
Acrescentou que a produção deste instrumento didático insere-se nas linhas de investigação definidas pela universidade, uma vez se trata de um projecto ambicioso com impacto na sociedade, sobretudo na educação e com o efeito multiplicativo, permitindo o seu uso em instituições de ensino e servindo de base para a construção de recursos didáticos adequados.
Segundo a coordenadora do projecto, Prof. Doutora Inês Machungo, o dicionário terá efeito multiplicativo, permitindo a criação de recursos derivados, o seu uso nas escolas, e constituir-se-á, também, num instrumento de cidadania. O Dicionário constitui uma forma de reconhecer a legitimidade das formas características do português de Moçambique e servirá de base para a criação de recursos computacionais, moldando uma nova geração de recursos.
O DiPoMo será o terceiro dicionário do género a nível da CPLP, depois de Portugal e Brasil. Vai conter 60 mil palavras obtidas a partir de 30 milhões de átomos.
A iniciativa deste dicionário iniciou em Fevereiro do ano corrente e conta com o financiamento do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, através do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, organismo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.