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Investigadores defenderam que, um dos maiores desafios das universidades, é contribuir na busca de soluções para a problemática da segurança alimentar e nutricional nas zonas rurais, no contexto de riscos de desastres e mudanças climáticas.
A tese foi defendida durante à Conferência Científica Internacional sobre Ambientes Rurais, evento organizado pela Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM e parceiros, no âmbito do projecto FEMOZ, sob o lema “Desafios para o alcance de uma maior segurança alimentar e nutricional no contexto das mudanças climáticas”, que decorreu nos dias 14 e 15 de Fevereiro de 2024.
Na ocasião, a Vice-Reitora Académica, Prof.ª Doutora Amália Uamusse, explicou que, no ano 2021, as estatísticas apontavam que 43 por cento de crianças com menos de cinco anos, em todo o país, eram desnutridas, com maior incidência para as regiões Centro e Norte, tidas como as potenciais produtoras de alimentos a nível nacional.
“Hoje, as estatísticas indicam 38 por cento. Nesse contexto, a UEM, através desta iniciativa, está a dar passos importantes para a sua intervenção, pois, com a implementação de pesquisas aplicadas, os seus resultados vão contribuir significativamente para que as comunidades seleccionadas, os governos locais e o Governo de Moçambique, no geral, possam tomar decisões informadas pela pesquisa empírica”, alertou.
A Vice-Reitora acrescentou que a temática desta conferência é fundamental para o país, por um lado, e aglutinadora para a Universidade, por outro, uma vez que irá impulsionar e dar mais visibilidade aos investigadores de diferentes áreas de conhecimento, assim como estimular outras instituições, entidades do Governo e da sociedade civil que lidam com a segurança alimentar.
“Como é de conhecimento de toda a comunidade universitária e também de parceiros, a UEM abraçou o desafio de transformação em Universidade de Investigação, por isso, apraz-nos acompanhar a realização desta conferência e a transversalidade da sua temática, pois materializa o nosso desiderato de produzir e disseminar conhecimento cientifico, envolvendo os nossos docentes, estudantes, particularmente, os da pós-graduação”.
Por sua vez, o Director da Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Prof. Doutor Samuel Quive, destacou a importância das pesquisas desenvolvidas pela UEM e parceiros, visando colmatar lacunas no ramo da segurança alimentar e nutricional, no contexto de mudanças climáticas, reiterando que, esta conferência, abre espaço para mais debates sobre a temática.
“Há vários aspectos ligados à insegurança alimentar que merecem ser objecto de reflexão nesta conferência, não se trata apenas de comer ou ter um comportamento sadio, há aspectos ligados à legislação e educação nutricional que são de extrema relevância”, alertou.
Na mesma linha de pensamento, a Coordenadora do Projecto FEMOZ, Prof.ª Doutora Sabine Schluter, alertou que, na reflexão sobre a insegurança alimentar e nutricional, urge a necessidade de se olhar para as condições e capacidades de produção das populações rurais. Para defender a sua posição, a oradora recordou que isto ocorre “porque não temos um sistema alimentar moçambicano que providencia o acesso alimentar capaz de evitar a insegurança alimentar, causadora da malnutrição para muitas pessoas”, alertou.

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