Precisamos repensar a municipalização como meio para o desenvolvimento local
Esta é uma das conclusões da tese defendida, na passada terça-feira (14/05), pelo doutorando em Desenvolvimento e Sociedade, Raúl Chambote, na Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane.
Durante a apresentação da pesquisa intitulada "Descentralização Sem o Desenvolvimento Local em Moçambique: o Caso do Conselho Municipal da Cidade de Tete (1998-2018), o novo doutor, explicou que o município da Cidade de Tete não registou nenhum desenvolvimento durante os 20 anos, porque a descentralização foi caracterizada por sucessivos conflitos, destaque para os conflitos armados dos 16 anos que criaram um problema que é de controlar e manter o poder, por outro lado, na descentralização não houve clareza no processo de nomeação dos Edis e na aprovação e canalização dos fundos, facto que criou uma falta de prestação de contas a nível do Estado.
"Geriu-se paradoxos e dilemas ao longo desse período, no sentido de que, o governo evitou aceitar o assunto, e se o fizesse poderia perder o controle, como também procurou manter o poder. O paradoxo é que o Governo tinha muito poder para fazer sozinho tudo o que queria, sem nenhuma oposição, mas não o fez. É importante o poder político, mas também deve ser equilibrado com o desenvolvimento, para sustentar esse poder que é criado," explicou.
A Faculdade de Letras e Ciências Sociais já aprovou, até então, 5 doutores no curso de Desenvolvimento e Sociedade.